6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

De maneira geral toda a área estudada possui grande diversidade litoestrutural e morfológica e o relevo se mostra bastante acidentado, em grande parte com declividade acima de 45%, sendo comuns as ravinas e vales encaixados em V.

As rochas ali presentes são altamente friáveis, pouco resistentes ao intemperismo, possuindo também um grande número de aqüíferos.

Nesta região estão presentes resquícios das formações vegetais da área de transição do Quadrilátero Ferrífero com o Cerrado Mineiro.

A soma desses diversos fatores desaconselham a ocupação antrópica, sendo que grande parte da região já faz parte das reservas naturais do Cercadinho e da Mutuca. A lei municipal 7.166 de 27 de agosto de 1996 que determina o zoneamento do município de Belo Horizonte classifica a parte central e Sul da área estudada como Zona de Preservação Ambiental (ZPAM), e em seu art. 6º, parágrafo único afirma: "é vedada a ocupação do solo nas ZPAMs, exceto por edificações destinadas exclusivamente ao seu serviço de apoio e manutenção".

A parte Norte da região é a que apresenta os maiores problemas pois, embora tenha as mesmas características fito-geológicas e geomorfológicas do restante da área, sofre a atuação de mineradoras e a ocupação imobiliária pouco ordenada, principalmente no Bairro Olhos D’água, que embora seja classificada pela lei anteriormente citada como Zona de adensamento restrito (ZAR), em função, segundo a lei, ip. lit., "de suas condições de infra-estrutura e topográfia", foi, e ainda é, alvo da atuação de mineradoras que tiveram seus efeitos maléficos acentuados devido à sua topografia acidentada e ao grande volume de material retirado.

A recuperação desta área deve ser estimulada já que seus efeitos se fazem sentir em outras regiões que ficam à sua jusante com o deslizamento de encostas e o assoreamento dos córregos. Silva (1995) sugere que a recuperação deste local seja feita através do retaludamento das vertentes, construção de gabiões e pequenas barragens de contenção de finos para posterior revegetação.

Dada toda a complexidade encontrada neste sistema físico, biológico e social, é necessário cuidado para com o pouco que restou de área verde no município de Belo Horizonte. A constante vigilância e o estudo desses sistemas é fator fundamental para a conscientização de todos da necessidade de sua preservação.